quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Partituras de Choro em PDF transpostas para todos os instrumentos! (Bb, Eb, C - clave de fá e sol)




 Buscamos preencher uma lacuna importante na edição e divulgação de partituras na música brasileira: partituras adaptadas para instrumentos transpositores. Salvo o belo trabalho de Mário Sève e David Ganc, com a transcrição dos duetos de Pixinguinha e Benedito Lacerda, não temos muitos materiais de qualidade para o assunto. As partituras que encontramos na internet, avulsas, também carregam diversos problemas didáticos. Tais como: erros na melodia, erros na harmonia e despreocupação com a quadratura. Todos esses fatores prejudicam a assimilação das músicas e o entendimento de suas estruturas. Assim, o principal  objetivo aqui é gerar um material claro e didático, que possa servir principalmente àqueles que começam a explorar um repertório mais complexo. Nesta edição trataremos especificamente do choro, disponibilizando 11 partituras: Carinhoso, Choro Negro, Choro N1, Choro Pro Zé, Cochichando, Doce de Coco, Lamentos, Quem é Você, Saxofone Por Que Choras, Sonoroso e Ternura.



 As partituras aqui disponibilizadas buscam facilitar o caminho daqueles que começam com um repertório mais complexo da música brasileira, especificamente o choro. O objetivo é tornar as melodias, harmonias e quadraturas mais inteligíveis ao principiante e, para os músicos mais experientes, facilitar a leitura e compreensão a primeira vista.
Esse é um produto de extrema qualidade que produzimos com muito carinho. Pensamos que pode ajudar muitos músicos iniciantes e experientes, pois é difícil encontrar esse tipo de material na rede. Dependendo do fluxo desta primeira leva, produziremos outras edições complementando o assunto Choro e expandindo para outras vertentes do repertório brasileiro. Qualquer dúvida não hesitem em entrar em contato!

Bom proveito!




  1. Carinhoso - Pixinguinha
  2. Choro Negro - Paulinho da Viola
  3. Choro N1 - Villa Lobos
  4. Choro Pro Zé - Guinga
  5. Cochichando - Pixinguinha
  6. Doce de Coco - Jacob do Bandolim
  7. Lamentos - Pixinguinha
  8. Quem é Você - Pixinguinha
  9. Saxofone Por Que Choras - Ratinho
  10. Sonoroso - K-Ximbinho
  11. Ternura - K-Ximbinho 







Instrumentos (Bb): sax soprano, tenor, clarinete.
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Instrumentos (Eb): sax alto, barítono.
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Instrumentos (C - clave de sol): flauta, guitarra, piano.
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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

34° Oficina de Música de Curitiba (Interpretação e improvisação para instrumentos melódicos com Sergio Coelho)

Seguindo os relatos sobre a 34° Oficina de Música de Curitiba, compartilho um pouco da incrível vivência com o trombonista Sergio Coelho e os alunos da oficina de Interpretação e improvisação para instrumentos melódicos. Além da inquestionável habilidade musical, o trombonista Sergio (ou Serginho, como todos chamam) é um grande amigo e ser humano. Durante os dias em que pudemos conviver, dividiu inúmeras experiências que vão muito além da prática musical, mas que estão intimamente vinculadas no momento em que tocamos. Tais quais a capacidade de ser flexível, ouvir os outros músicos e se encaixar no som... para isso é preciso um pacto de amizade e abstenção do ego: tudo pela música! Ao longo dos dias trabalhamos extensivamente a prática de naipe, em duos ou trios. Nestes momentos era preciso pensar cada nuance e encontrar um caminho para soar melhor em conjunto. O objetivo era deixar tudo expressivamente mais claro - mais declarado, nas palavras de Sergio. Assim, staccato, legato, diminuendo, crescendo, glissando; todas as articulações e nuances precisavam estar esclarecidas e acordadas. Todo mundo tem um jeito de tocar Garota de Ipanema, por exemplo. No entanto, na hora de tocar junto é preciso encontrar um outro modo, que combine as particularidades de cada instrumento e de cada instrumentista. Exercício grandioso! Parece que tudo que eu tocava antes da oficina tornou-se novo e extensamente explorável... de quantos jeitos bonitos uma mesma frase pode ser tocada? Como declarar a rítmica impressa em cada frase e transparecer a intenção de cada nota? Trabalho árduo, mas estimulante.
Neste sentido, o professor trouxe uma lista de sugestões para escuta - as quais disponibilizarei para aqueles que tiverem interesse, basta me procurar no facebook. Dentre elas, vale destacar uma obra prima até então desconhecida por mim e intitulada "O LP". O grupo responsável pela musicalidade esbanjada ao longo das doze faixas do álbum era chamado de Os Cobras:

"Grupo formado no começo dos anos 1960 pelos músicos Tenório Júnior (piano), José Carlos “Zezinho” (contrabaixo), Paulo Moura (sax alto), Meirelles (sax alto e flauta), Raul de Souza (trombone), Hamilton (pistom) e Milton Banana (bateria). Lançou, em 1964, o álbum “O LP”, contendo as faixas “Depois de amor”, “Praia”, “Uganda” e “Menina demais”, todas de Orlandivo e Roberto Jorge, “Adriana” e “Moça da praia”, ambas de Roberto Menescal e Luis Fernando Freire, “Mar amar” (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli), “Quintessência” (Meirelles), “Nanã” (Moacir Santos e Mário Telles), “40 graus” (Orlando Costa ''Maestro Cipó''), “Chão” (Amaury Tristão e Roberto Jorge) e “The Blues Walk” (C. Brown). (...) O disco, produzido por Roberto Jorge, contou com a participação de Roberto Menescal (violão), Ugo Marota (vibrafone), Cipó (sax tenor), Aurino (sax barítono) e Jorginho (flauta)."

fonte: http://www.dicionariompb.com.br/os-cobras/dados-artisticos 
 
No disco está tudo realmente "declarado".  É possível ouvir nitidamente articulações e intenções; Raul de Souza, em especial, é um mestre neste quesito. Segue link para apreciação! Logo, mais textos sobre a 34° Oficina de Música de Curitiba!

Foto: Gilson Camargo  


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

34° Oficina de Música de Curitiba (Concerto Trio Sodade no Teatro Paiol)




A 34° Oficina de Música de Curitiba foi uma enxurrada de experiências positivas e engrandecedoras. Ao retornar pra casa, refletindo sobre tudo, achei interessante compartilhar tudo isso de forma detalhada... Em parte por pensar ser uma forma de retribuição por aquilo que pude vivenciar e outro tanto pra matar um pouco a saudade - ou a sodade, como logo irão entender no discorrer da leitura deste texto. Resolvi separar os assuntos que surgiram e contar com calma, para não perder nenhum detalhe e aproveitar cada assunto de maneira mais aprofundada. A tendência, quando temos muita informação disponível, é não aprofundar em nada específico e, com o passar do tempo, o que poderia ser uma oportunidade de aprender sobre muitas coisas acaba tornando-se apenas mais uma curiosidade não desvelada. Bem, vamos ao que interessa!  O primeiro momento o qual me impressionou por lá foi - após o dia inicial de oficinas – o momento em que conheci o Teatro Paiol. No estilo arena, o local é muito aconchegante e intimista, oferecendo uma acústica perfeita que quase dispensa microfonação. Mais do que espaço físico - o qual sem duvidas contribuiu para a apreciação do espetáculo - o que verdadeiramente me emocionou e fez refletir naquela noite de segunda feira - dia 18.01.2016 - foi a qualidade sonora e artística apresentada pelo Trio Sodade (ou Trio Saudade, no português brasileiro). Como explicado pelo grupo durante a apresentação o nome foi assim escolhido porque os integrantes Paulo Bouwman- Guitarra/voz, Floor Polder - flauta transversal/voz e Marcos Santos - percussão/voz tem um ponto comum que os une em sentimento: a saudade. Palavra tão bonita e única do idioma português que, como pudemos notar, tem sua variante em outros lugares do mundo, neste caso em Cabo Verde. Sim, o que os une é saudade de casa. Paulo Bouwman é de cabo Verde, Floor Polder da Holanda e Marcos Santos de Portugal e viajam pelo mundo com sua música. A pergunta que fica é: que tipo de som essas pessoas tocam? A resposta é bastante inusitada... O repertório é constituído quase em sua totalidade por música brasileira! Na verdade, eles mesclam a música brasileira e a cabo-verdiana, as quais se misturam sem nenhum problema. Segundo seu vocalista, essas músicas têm muitíssimo em comum. Pensando um pouco melhor fica bastante evidente a proximidade, já que Cabo Verde teve também colonização portuguesa. Lá a música europeia chegou e – como aqui - teve de se adaptar ao ritmo e ao suingue da cultura africana (dentro de suas múltiplas tendências e origens – o que seria tema para outro texto específico sobre o assunto). Talvez lá influência africana tenha se manifestado com maior intensidade do que aqui, pois estava mais próxima de seu local de origem. Mas isso são somente achismos meus, afinal muitas vezes quando nos afastamos de nossa terra natal o que sentimos em relação ao que é peculiar de lá ganha mais intensidade somado à saudade que carregamos... O que para mim explodiu como uma descoberta no momento foi: imaginemos quantas formas peculiares essa fusão assumiu nas diferentes regiões colonizadas pelos portugueses, onde a música europeia encontrou a africana. Digo isso pois tenho procurado conhecer mais sobre a nossa música original, o choro, e cada dia me surpreendo com a quantidade de grandiosos e desconhecidos compositores que fazem parte da nossa história! Trabalhos recentes realizados por pessoas como Almir Chediak, Mario Sévi, Mauricio Carrilho – dentre outros, tem nos mostrado que o Brasil precisa ser redescoberto... Ainda não consegui dispor de tempo para sanar uma curiosidade: se aqui demoramos tanto, será que nestes outros países que tiveram uma história parecida em relação à colonização, diga-se Guiné-Bissau, Moçambique, Angola, etc.; - existe um trabalho deste teor, que reúna os compositores locais e resgate seus trabalhos? Buscamos estrelas, planetas e galáxias, mas ainda temos muito o que descobrir por aqui! Quem quiser ajudar na pesquisa e complementar este post com comentários por favor fique à vontade. Grato pela a atenção! Espero logo postar a sequencia das experiências vivenciadas no festival e, mais adiante, revistar tantos temas interessantes com mais profundidade.... Até logo!



Trio Sodade Concert, Teatro Paiol em Curitiba/PR. Fonte: Facebook/triosodade.